Wegovy e Saxenda: Comissão do Ministério da Saúde impede inclusão de medicamentos para obesidade no SUS
/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/6/t/U6ymvORGackgF5WeKLHQ/wegovy.jpg)
Em uma decisão que impacta diretamente a saúde pública e o acesso a tratamentos inovadores, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias em Saúde (CNITS), ligada ao Ministério da Saúde, rejeitou a proposta de inclusão dos medicamentos Wegovy e Saxenda – e similares – no Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão foi tomada após uma análise que estimou um custo elevado para o governo, podendo chegar a R$ 6 bilhões em cinco anos, caso os medicamentos fossem incorporados.
Entenda a Decisão: Custos e Prioridades
A CNITS avaliou que, apesar dos benefícios potenciais dos medicamentos para o tratamento da obesidade e diabetes tipo 2, o alto custo de aquisição representaria um impacto significativo no orçamento do SUS. A comissão considerou que, nesse momento, existem outras prioridades a serem atendidas, especialmente no que se refere a procedimentos e medicamentos já oferecidos pelo sistema público de saúde.
Impacto na Saúde da População
A decisão gera preocupação entre pacientes e especialistas, que defendem a importância de novas opções de tratamento para a obesidade, uma doença crônica que afeta milhões de brasileiros e está associada a diversas complicações de saúde, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, apneia do sono e alguns tipos de câncer.
Wegovy e Saxenda são medicamentos análogos ao GLP-1, que atuam no controle do apetite e na melhora do metabolismo da glicose. Estudos clínicos demonstraram que esses medicamentos podem levar à perda de peso significativa em pacientes com obesidade ou sobrepeso, especialmente quando combinados com mudanças no estilo de vida, como dieta e exercícios físicos.
Alternativas no SUS: Cirurgia Bariátrica
O SUS continuará oferecendo a cirurgia bariátrica como opção de tratamento para a obesidade. A cirurgia é indicada para pacientes com índice de massa corporal (IMC) elevado e comorbidades associadas à obesidade, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares. Embora a cirurgia bariátrica possa trazer resultados significativos para a saúde dos pacientes, ela também apresenta riscos e requer acompanhamento médico contínuo.
O Futuro da Discussão
A decisão da CNITS não encerra a discussão sobre a inclusão de medicamentos para obesidade no SUS. A comissão informou que a análise poderá ser revista no futuro, caso haja mudanças no cenário econômico ou no desenvolvimento de medicamentos mais acessíveis. Enquanto isso, pacientes com obesidade continuarão a buscar alternativas de tratamento, muitas vezes recorrendo a medicamentos de acesso pago.
A luta por um SUS que ofereça tratamentos inovadores e eficazes para todas as doenças, incluindo a obesidade, continua. É fundamental que a sociedade civil, os profissionais de saúde e o governo trabalhem juntos para garantir que a população tenha acesso a cuidados de saúde de qualidade.